Começar a empreender não é um caminho fácil. Pelo contrário, muitas vezes a estrada é bem mais longa e cheia de pedras do que imaginávamos. Embora iniciar o próprio negócio seja uma jornada turbulenta, para as mulheres empreendedoras a estrada pode ser ainda mais estreita.
Não é novidade que, devido aos séculos de opressão e machismo estrutural presente na sociedade, até os dias de hoje as mulheres enfrentam dificuldades em diversos âmbitos, sobretudo no mercado de trabalho.
Segundo a CNN Brasil, em 2020 apenas 42% dos brasileiros trabalhadores eram mulheres. Sob o mesmo ponto de vista, é notório que a desigualdade entre gêneros ainda persista, uma vez que a mesma pesquisa constatou que as mulheres recebem 19% a menos que os homens. Em cargos elevados de grandes empresas a situação é ainda pior, as mulheres chegam a receber 33% menos que homens para desenvolver as mesmas atividades.
Entretanto, ainda que esses números pareçam assustadores, também temos muito o que comemorar. A participação feminina no mercado de trabalho vem aumentando e, com ela, muitas mulheres vêm mostrando a sua força e a capacidade de executar serviços que antes eram apenas designados aos homens.
A CNN Brasil também divulgou que, em comparação a 1970, a proporção de mulheres trabalhadoras já havia dobrado — de 20% a 42%.
Preparamos este artigo especialmente para você, mulher, que quer começar a empreender ou para quem precisa enfrentar esse início que pode ser bastante turbulento.
Talvez falte algumas inspirações para você acreditar que é capaz e pode chegar muito longe ainda! Por isso, separamos uma lista com algumas mulheres empreendedoras para você conhecer!
Mulheres empreendedoras que você deve conhecer
1. Cristina Junqueira
Cristina Junqueira é co-fundadora e atual CEO do Nubank, o banco digital mais popular do mundo.
Contudo, poucos conhecem sua história. Cristina se formou em Engenharia de Produção e é mestre em Engenharia pela Universidade de São Paulo (USP).
Ela ocupou cargos no Itaú Unibanco, Booz Allen Hamilton e Boston Consulting Group, mas mudou-se para os Estados Unidos em 2007 para cursar MBA na Nortwestern University. Pouco tempo depois, aos 24 anos apenas, Cristina retornou ao Brasil para assumir um cargo de liderança no Itaú Unibanco.
Embora Cristina estivesse com a carreira decolando em tão pouco tempo, ela não estava contente com o sistema bancário brasileiro. Considerava o atendimento precário e as taxas muito altas.
Suas sugestões nunca foram tão bem aceitas em um sistema conservador, portanto, em 2013, decidiu deixar a instituição para fundar seu próprio negócio.
Cristina Junqueira uniu-se ao colombiano David Vélez e ao americano Edward Wible para a criação do Nubank, uma vez que os três tinham a ambição de melhorar os serviços bancários.
No começo, todos os serviços, incluindo o atendimento, eram executados pelos três sócios, até a expansão total da empresa, sobretudo no exterior.
Segundo a Eu Quero Investir, após a inserção nos Estados Unidos, a fintech atingiu R$ 41,5 bilhões em valor de mercado, passando a valer, portanto, mais do que o Itaú Unibanco.
Cristina foi a primeira brasileira do setor financeiro a estrear na revista Fortune, como parte da lista 40 Under 40.
Além disso, em 2020, a revista Forbes considerou a Cristina uma das mulheres mais poderosas do Brasil — e ela realmente fez por merecer, não é?
2. Anitta
Você já deve ter ouvido falar muito dela, certo? E tem muita razão para isso!
Larissa de Macedo Machado, mais conhecida como Anitta, nasceu no Rio de Janeiro em 1993. Ela é filha de uma artesã e um vendedor. Iniciou sua carreira como cantora ainda pequenininha, quando cantava no coral da igreja.
Anitta não é conhecida apenas por ser cantora e compositora, mas também por ser empresária.
Ela estreou na música como MC Anitta em 2011, com o single Eu vou ficar, e depois disso foi um sucesso. Quem nunca escutou o Show das Poderosas em 2013? O single se tornou um hit, ficando por várias semanas no topo do iTunes.
Anitta não parou por aí. Embora muita gente tenha duvidado dela no início, ela sempre foi a maior estrategista da sua carreira. Não é à toa que foi eleita pela Vogue como uma das 100 pessoas mais influentes e criativas do mundo.
Logo depois, MC Anitta deu espaço à Anitta, muito mais focada na música pop e em expandir sua carreira internacionalmente.
Ela lançou feats com artistas como Iggy Azalea, Major Lazer, Pabllo Vittar, J Balvin, Maluma, Diplo e Alesso e uma série de outros, o que possibilitou a sua entrada no mercado da música latina e norte americana.
Recentemente, tem chegado até mesmo nos maiores programas dos Estados Unidos, como o talk show de Jimmy Fallon, por exemplo.
Segundo a Exame, Anitta também teve um grande crescimento executivo. A empresária foi eleita líder de inovação da Ambev em 2019 e responsável pela marca Skol Beats. Além disso, também virou conselheira do Nubank.
E sua trajetória apenas continua a se estender.
3. Rachel Maia
Rachel foi criada na Cidade Dutra, na Zona Sul de São Paulo. Mesmo levando uma vida humilde, formou-se em Ciências Contábeis e trabalhou na rede de conveniências 7- Eleven.
Entretanto, a empresa encerrou suas atividades no Brasil, deixando-a desempregada. Naquela época, Rachel não poderia imaginar que seria apenas o começo de sua jornada de sucesso.
Com a rescisão, Rachel decidiu investir em seu próprio futuro, ainda que sempre ajudasse sua família em casa.
Ela partiu para Vancouver, no Canadá, onde estudou inglês e Administração. Ao regressar para o Brasil, tornou-se gerente financeira na indústria farmacêutica Novartis, onde desenvolveu suas atividades nos Estados Unidos por 1 ano.
Assim que descobriu que Paloma Picasso estava no Brasil para lançar sua coleção de jóias com a Tiffany & Co., Rachel decidiu voltar ao Brasil, uma vez que era uma grande admiradora de Pablo Picasso.
Ao saber que a joalheria estava em busca de um novo diretor financeiro e que atendia aos requisitos, Rachel se candidatou e ocupou a vaga.
Após oito anos, Rachel foi procurada pela dinamarquesa Pandora, que buscava se expandir no Brasil, para ocupar o cargo de CEO no país.
Após a ocupação do cargo, Rachel expandiu a Pandora no Brasil de 2 para 92 unidades em um período de 8 anos e meio.
Rachel participa da ONU Mulheres, da HeForShe e está se dedicando a um projeto que busca capacitar mulheres da periferia.
Embora o caminho até o topo tenha sido muito difícil, especialmente para uma mulher negra que ocupa um grupo desprivilegiado, com seu esforço e persistência Rachel deixou para trás a vida que tinha e se arriscou às novas oportunidades, tornando-se uma das grandes mulheres empreendedoras do país.
4. Boca Rosa
Bianca Andrade, também conhecida como Boca Rosa, nasceu em Maré, uma das maiores favelas do Rio de Janeiro.
No começo, antes de se interessar por maquiagem e entrar no YouTube, Bianca trabalhou como copeira e deu aulas para crianças.
Após sua paixão ter se iniciado, ela decidiu criar um blog chamado Boca Rosa e um canal no YouTube para poder ensinar as pessoas a fazerem maquiagens bem elaboradas por um preço acessível.
O que Bianca não imaginava, entretanto, era que seus vídeos iriam viralizar e que seria convidada para vários programas de televisão.
Quando sua marca de maquiagens, Boca Rosa, já estava crescendo, a empresária foi convidada para o Big Brother Brasil 2020, o maior reality show brasileiro.
Com destaque na Forbes, Bianca lucrou R$120 milhões com a sua marca de maquiagens na pandemia.
Em fevereiro de 2022, também obteve destaque na Forbes como uma das mulheres de maior sucesso do Brasil.
5. Luiza Trajano
Luiza, desde jovem, sempre foi incentivada pela mãe a trabalhar e se dedicar para obter o que desejava.
Após a sua tia de mesmo nome abrir uma pequena loja, nomeando-a como Magazine Luiza, ela começou a trabalhar como balconista durante as férias escolares. Aos dezessete anos, tornou-se oficialmente uma funcionária da loja.
Luiza estudou Direito e Administração, concluindo apenas o primeiro curso. Contudo, nunca chegou a aplicá-lo profissionalmente, uma vez que estava imersa na rotina do Magazine Luiza.
Em 1991, sua tia a convidou para assumir a liderança da empresa, e assim ela o fez.
Desde o primeiro momento em que ocupou o novo cargo, Luiza decidiu modernizar o Magazine Luiza, abrindo lojas virtuais mesmo quando a internet era pouco utilizada.
Contrariando sua tia, Luiza organizou uma liquidação às 5 horas da manhã, com descontos de até 70%. Ainda que estivesse preocupada, foi um sucesso. A empresa conseguiu, em apenas algumas horas, faturar 100 milhões de reais, servindo de exemplo para muitas outras do mercado.
A líder da empresa também passou a investir muito em marketing, especialmente na televisão, aliando-se a programas como o Domingão do Faustão, por exemplo. A estratégia deu super certo.
Luiza também ouvia muito seus funcionários a fim de entender seus sonhos e ambições. Foi por isso que, para quebrar preconceitos, ela atribuiu a todos os cargos o nome de “vendedor”.
No ano de 1993, Luiza criou um programa de bonificação, a fim de que seus funcionários participassem da distribuição de lucros da empresa.
Conquistas
Anos depois, o Magazine Luiza se tornou o primeiro varejista a receber o prêmio de Great Place to Work, mantendo-se no topo da lista até os dias de hoje.
No início dos anos 2000, o Magazine Luiza lançou seu site de comércio eletrônico. No ano seguinte, criou o Luizacred, em parceria com o Itaú Unibanco e, em 2005, a Luizaseg, em sociedade com a Cardif, empresa do grupo BNP Paribas.
Durante o período de 2008, o Magazine Luiza comprou outras redes e abriu mais 46 lojas em um único dia. Chegou ao Nordeste dois anos depois.
Em 2009, Luiza assumiu a presidência do Conselho de Administração do Magazine Luiza, ao passo que o seu filho, Frederico Trajano, estava sendo preparado para assumir a liderança.
Nos dias de hoje, o Magazine Luiza opera com mais de 35 mil colaboradores e marcas parceiras relevantes para o mercado.
Luiza não parou por aí: em 2013, tornou-se uma das 40 criadoras do grupo “Mulheres do Brasil”, que luta para a inserção das mulheres na política, capacitação de empreendedoras e inclusão dos refugiados no mercado.
“Mulheres do Brasil” também faz parte da Rede Brasil do Pacto Global da ONU.
Luiza, uma das mulheres empreendedoras de mais sucesso, segue lutando pela inclusão dos grupos desprivilegiados, sobretudo as mulheres, nas grandes empresas e em cargos altos.
Preparada para empreender?
Assim como muitas mulheres lutaram e se tornaram empreendedoras fortes e de grande sucesso, você também pode.
Comece aprimorando seus conhecimentos sobre empreendedorismo, sobre o que pretende alcançar e monte um plano de negócios.
Lembre-se que existem vários cursos online gratuitos que podem te ajudar nessa jornada. Mas, o mais importante, é acreditar que você é capaz e não ter medo de arriscar novas possibilidades.