Uma pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva em 2019 apontou que 10,7 milhões de pessoas sofrem de alguma deficiência auditiva no Brasil. 2,3 milhões delas sofrem com deficiência severa.
Além disso, a OMS afirma que ao redor do mundo há aproximadamente 500 milhões de pessoas surdas e que até 2050 serão mais de 1 bilhão. Portanto, a necessidade de prover inclusão a desse grupo de pessoas torna-se cada vez maior.
Aprender a linguagem de sinais é um dos primeiros passos para o processo de inclusão de pessoas com deficiência auditiva. O estudo de Libras — Língua Brasileira de Sinais — é um conjunto de formas gestuais utilizado por deficientes auditivos. Ele permite a comunicação entre eles e outras pessoas, sejam elas surdas ou ouvintes.
Hoje você vai aprender um pouco mais sobre a importância da linguagem de sinais, algumas curiosidades sobre ela, como ela surgiu, as dificuldades enfrentadas por pessoas com deficiência auditiva no dia a dia e como dominar essa forma de comunicação pode se tornar um grande álibi para você. Vamos lá?
A linguagem de sinais é a mesma em todos os países?
Ainda que muitas pessoas acreditem que a linguagem de sinais esteja correlacionada com elementos visuais e possa ser a mesma ao redor do mundo, na realidade, ela é única para cada país.
Isso ocorre sobretudo porque é levado em conta diversos conceitos e características culturais. Então, além do idioma ser um pilar importante durante o desenvolvimento de uma linguagem de sinais, o espaço territorial e suas singularidades também são considerados.
Como a Língua Brasileira de Sinais (Libras) foi inventada?
O surgimento da linguagem de sinais no Brasil tem relação com d. Pedro II, Imperador entre os anos de 1840 e 1889. Em 1855, o Imperador convidou o professor francês Ernest Huet para que ele desse início aos estudos da comunicação para pessoas surdas no país.
Em 1857, Ernest fundou o Imperial Instituto dos Surdos-Mudos, que hoje é popularmente conhecido como Instituto Nacional de Educação de Surdos ou Ines.
Huet permitiu que a linguagem de sinais fosse introduzida no país, embora não houvessem muitos alunos no início. Já a atual Libras, surgiu a partir da junção de sinais franceses e sinais usados pelo abade L’Épée.
Em 24 de abril de 2002, houve uma grande conquista com a implantação da a lei nº 10.436. A mesma decretou que a Libras deveria ser reconhecida como meio legal de comunicação e expressão para a comunidade surda do Brasil.
As pessoas com deficiência auditiva ainda enfrentam inúmeras dificuldades todos os dias, apesar da lei proporcionar mudanças significativas para a sociedade. Conhecê-las irá te ajudar a entender a importância de buscar dominar essa forma de comunicação.
Dificuldades enfrentadas por pessoas surdas ou com deficiência auditiva
Não é novidade que as pessoas surdas enfrentam muitas dificuldades no dia a dia. Isso não ocorre porque são menos capacitadas para realizar suas atividades, mas pela falta de acessibilidade e inclusão da outra parcela da sociedade.
Ainda que tenhamos dado alguns passos adiante em muitas das questões sociais, ainda há diversos obstáculos que dificultam a introdução desses indivíduos na sociedade.
1 – Educação para pessoas com deficiência auditiva
Dificilmente as escolas vão possuir infraestrutura capaz de proporcionar a mesma experiência em níveis de educação para crianças e adolescentes com deficiência auditiva em comparação aos que não a possuem.
A defasagem no ensino muitas vezes é consequência da falta de recursos para que esses jovens possam se desenvolver e adquirir uma educação de qualidade.
Além disso, é evidente o preconceito dentro do ambiente escolar, e a falta de mentoria do corpo docente influencia diretamente nas atitudes discriminatórias.
2 – Inserção de pessoas surdas e deficientes auditivos no mercado de trabalho
Ainda que a Lei de Cotas para Deficientes seja responsável por proporcionar grande parte da inclusão das pessoas que possuem algum tipo de deficiência no mercado de trabalho, ainda há muito a ser feito nesse âmbito.
Muitas empresas não se livram dos preconceitos enraizados apenas porque possuem funcionários deficientes. Isso significa que o tratamento para com esse grupo de pessoas continua sendo diferenciado. Além disso, dificilmente fornecem recursos o suficiente para que o indivíduo possa se desenvolver no ambiente profissional.
3 – Atendimento nos hospitais
Já é possível imaginar que o atendimento na área da saúde é limitado ou muitas vezes sequer acontece por falta de profissionais que saibam se comunicar em Libras.
Apesar de existir alguns hospitais ou clínicas que possuam ao menos um membro da equipe que tenha conhecimento sobre a linguagem de sinais, ainda falamos sobre uma minoria.
Deficientes auditivos e pessoas surdas acabam, portanto, sofrendo limitações mesmo na área da saúde, onde se espera que sejam melhor atendidas.
4 – Atividades de lazer e cultura para pessoas com deficiência auditiva
Ir ao cinema e só ter a opção de filmes dublados (ou sem legenda quando nacionais), assistir à televisão em locais públicos ou assistir palestras sem um intérprete em libras são tarefas consideradas corriqueiras para a maioria das pessoas, mas podem se tornar um grande poço de exclusão para as que possuem algum grau de deficiência auditiva.
Muitas das atividades de lazer e cultura não são inclusivas e acabam colocando uma grande barreira para as pessoas surdas.
Por que estudar Libras é tão importante para se comunicar com deficientes auditivos?
Como abordado anteriormente, todas as pessoas que possuem deficiência auditiva ou se encaixam em um quadro de surdez, são desprovidas de muitos privilégios e enfrentam, diariamente, dezenas de problemas devido à falta de comunicação.
O estudo da linguagem de sinais é muito mais do que adicionar uma competência ao seu currículo; é uma questão social de extrema importância e deve ser adotada por todas as pessoas desde cedo.
Você pode encontrar escolas especializadas para aprimorar seus conhecimentos em libras, ou estudar através da própria internet, por meio de cursos e videoaulas.
Como dominar a linguagem de sinais pode te ajudar no trabalho?
Se você presta serviços e está em contato direto com muitas pessoas todos os dias, aprender a linguagem de sinais se torna tão importante quanto aprender um novo idioma.
Por ter contato com uma grande variedade de pessoas ao longo dos dias, é comum você se deparar, vez ou outra, com indivíduos que possuam alguma deficiência. O ideal é que você entenda suas singularidades e aprenda a lidar com cada uma delas.
Imagina ir à casa de um cliente surdo, que mora sozinho, e você não saiba se comunicar com ele? A situação pode ficar bem embaraçosa, afinal, a comunicação é um princípio básico entre uma relação interpessoal e todos têm direito a ela.
Pense o quão fantástico seria se você pudesse se comunicar normalmente com a outra pessoa e o quão feliz ela ficaria por isso? Um cliente satisfeito sempre volta e comenta com outras pessoas sobre você.
Diferencie-se e atente-se às questões de inclusão. Trabalhar com o público exige outro tipo de tato e é necessário se aperfeiçoar cada vez mais.
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